A escolha de uma profissão não é tarefa simples, pois são vários fatores que devem ser considerados antes de tomar uma decisão tão importante para o futuro. Então, se você se interessa pela área de construção, é fundamental conhecer a diferença entre arquiteto e engenheiro civil para saber qual das áreas é a ideal para os seus estudos.
Apesar de serem correlatas, cada uma tem atribuições e responsabilidades específicas no mercado de trabalho. Antes de escolher seguir alguma dessas profissões, é importante conhecer mais sobre os cursos, as possibilidades de atuação na área e as características necessárias para se destacar após a faculdade.
Pensando em orientar sua escolha, elencamos as diferenças entre arquiteto e engenheiro, como são as graduações e os seus principais ramos de atuação. Acompanhe a leitura e tire suas dúvidas!
Por que é importante entender as diferenças?
É comum que duas ou mais áreas do conhecimento sejam tão parecidas a ponto de confundir alguém que está prestes a ingressar no ensino superior. Se você sente algo parecido, não se sinta só! O melhor a fazer nesse momento é entender exatamente o que torna cada carreira especial.
Quando falamos da diferença entre arquiteto e engenheiro civil, vale a pena conhecer as semelhanças e divergências no que se refere à formação durante a graduação, a atuação no mercado do trabalho e as oportunidades de remuneração.
Tudo isso impactará diretamente a sua rotina de trabalho, as funções desempenhadas e as áreas de estudo indispensáveis para a formação. A escolha entre uma ou outra área terá impactos acadêmicos e profissionais que, se não observados, podem se tornar incompatíveis com o seu perfil e propósito.
Então, como essas áreas se diferenciam?
Ainda está em dúvida sobre as diferenças entre arquiteto e engenheiro? Confira um comparativo entre Arquitetura e Engenharia Civil para saber qual delas tem mais a ver com seu perfil.
Arquitetura
Arquitetura é a área do conhecimento relacionada à projeção, ao planejamento e à construção de espaços externos e internos, observando-se critérios estéticos, culturais, funcionais e de conforto para a sua organização. Por isso, a graduação se situa entre as áreas de exatas e humanas, podendo o profissional de Arquitetura atuar em:
- restauração de edifícios;
- paisagismo;
- urbanismo;
- arquitetura de interiores.
Para que você tenha uma ideia, um arquiteto urbanista recebe, em média, R$ 5.741,87 no Brasil, para uma jornada de 40 horas semanais, de acordo com pesquisa do site Salario.com. Entre os maiores empregadores estão empresas de serviços de engenharia e construção de edifícios.
Engenharia Civil
A Engenharia Civil, por outro lado, é a área do conhecimento responsável por projetar, gerenciar e executar obras tanto de construção civil quanto de hidráulica, geotécnica, entre outras. Sendo assim, a graduação está mais voltada às exatas, podendo o profissional formado atuar em:
- construções urbanas;
- projetos de estrutura e fundação;
- obras de saneamento;
- obras de infraestrutura e transporte.
Um engenheiro civil tem a média salarial de R$ 7.293,53 para uma jornada de 41 horas semanais no país, segundo levantamento do Salario.com. Entre os principais empregadores estão construtoras, empreiteiras e órgãos públicos.
Como é a formação de cada área?
Para compreender mais sobre o tema, é necessário entender que cada curso se propõe a formar profissionais com características particulares, capazes de atuar em atividades específicas. Confira, então, as características centrais dos cursos de Engenharia Civil e Arquitetura, além de algumas diferenças entre eles.
Foco
O curso de Arquitetura e Urbanismo tem como foco formar profissionais capacitados para cuidar do planejamento e desenho de espaços urbanos e construções. Para que isso seja possível, é importante considerar aspectos humanísticos e funcionais envolvendo as pessoas e o meio ambiente.
Já a graduação em Engenharia Civil preza a capacitação de profissionais que cuidarão do projeto e da execução de obras, uma vez que o engenheiro é responsável por acompanhar todo esse processo.
Duração
Tanto o curso de Arquitetura quanto o de Engenharia Civil contam com a carga horária mínima de 3.600 horas, conforme exige o Ministério da Educação. Os dois cursos têm 10 semestres, que podem ser percorridos em 5 anos de formação.
Grade curricular
A graduação em Arquitetura e Urbanismo tem uma grade curricular que reúne diversos conhecimentos, mesclando matérias de Ciências Exatas e conteúdos mais gerais. Abaixo, confira as principais matérias da grade curricular do curso:
- Introdução à Arquitetura e Urbanismo;
- Desenho de Observação;
- Materiais de Construção;
- Metodologias de Projeto;
- Fundamentos de Urbanismo;
- Modelagem e Prototipagem em Arquitetura;
- Projeto de Arquitetura e Urbanismo;
- Percepção e Interpretação;
- Introdução à Modelagem Digital;
- Topografia;
- Projeto de Interiores;
- Estudos Ambientais;
- História das Artes e Estética;
- Teoria da Arquitetura;
- Planejamento Urbano e Regional;
- História da Arquitetura e Urbanismo;
- Trabalho Final da Graduação;
- Estágio Supervisionado;
Já o curso de Engenharia Civil engloba disciplinas que envolvem cálculo matemático e físico, sendo muito indicado para quem tem facilidade nas exatas. Algumas matérias vistas durante a formação são:
- Cálculo Diferencial e Integral;
- Física Aplicada;
- Desenho Técnico;
- Geometria Analítica e Álgebra Linear;
- Química Aplicada;
- Mecânica dos Sólidos;
- Termodinâmica Aplicada;
- Materiais de Construção;
- Topografia;
- Hidráulica Geral;
- Estruturas de Concreto;
- Estruturas Metálicas;
- Mecânica dos Fluidos;
- Transportes;
- Saneamento Básico;
- Fundamentos de Engenharia Ambiental;
- Gestão de Projetos;
- Ética e Responsabilidade Profissional.
Depois de comparar as duas grades curriculares, vale a pena escolher o curso com matérias que fazem você sentir a motivação e o interesse necessário pelos estudos.
Qual é a diferença entre arquiteto e engenheiro civil no campo de atuação?
As atribuições de um arquiteto e de um engenheiro civil, consequentemente, também são diferenciadas. Cada profissional desempenha um papel importante em uma obra, sendo que a função de um ajuda a complementar o que o outro faz. Vamos entender mais sobre o ramo de atuação dessas profissões? Acompanhe!
Arquiteto
O arquiteto é o profissional que organiza e projeta espaços, coordenando a construção ou a reforma de edifícios, casas ou outros imóveis, elaborando a planta e escolhendo os materiais que serão utilizados.
Portanto, ele deve considerar aspectos sobre o uso do imóvel, disposição dos móveis, ventilação, iluminação, entre outros. De modo simplificado, esse profissional está voltado para os elementos estéticos e funcionais da construção. O arquiteto tem um campo de atuação que também lhe permite trabalhar com paisagismo, design de objetos e móveis, comunicação visual em espaços públicos e privados e estudos urbanísticos.
Como um profissional que lida tanto com estética quanto com aspectos estruturais, o arquiteto precisa prestar atenção às novidades em termos de produtos, materiais e tendências de design ao planejar a sua carreira.
Engenheiro civil
O engenheiro civil tem a responsabilidade de projetar, gerenciar e executar obras, construções e reformas de casas, prédios, viadutos, entre outros. Ele acompanha todas as etapas da obra, desde a análise do terreno até a definição dos tipos de fundação. Suas responsabilidades também incluem especificar as redes de instalação elétrica e hidráulica do edifício, além de supervisionar prazos, custos e qualidade.
O engenheiro ainda fica responsável pela estabilidade e segurança da obra, devendo cuidar de impactos causados pelas mudanças de temperatura, vento e resistência dos materiais, por exemplo.
O engenheiro, portanto, tem um campo de trabalho amplo nas áreas de construção civil, com um leque interessante de opções, a exemplo da infraestrutura e do saneamento.
Quando arquiteto e engenheiro podem trabalhar juntos?
Apesar das diferenças, e também por conta delas, o arquiteto e o engenheiro têm trabalhos complementares. Se você seguir carreira na Arquitetura, é bem provável que trabalhe com profissionais da Engenharia e vice-versa. Enquanto o arquiteto planeja a obra no papel, o engenheiro a executa.
Se eles não mantiverem uma comunicação clara, erros podem acontecer no meio do processo. Veja, a seguir, algumas etapas que exigem o trabalho em conjunto de arquitetos e engenheiros.
Execução do projeto
O arquiteto pode se dedicar a acompanhar de perto a construção do que foi planejado. Nesse caso, ele faz visitas ao canteiro de obras para agilizar a resolução de problemas e criar pontes entre o cliente e a empresa de construção civil. Problemas no canteiro de obras podem resultar em consequências como: interrupções na produção, ociosidade de equipamentos e acidentes de trabalho.
No entanto, toda a logística de um canteiro de obra fica por conta do engenheiro. É ele quem realiza a avaliação financeira de uma obra e o gerenciamento das equipes e do próprio espaço físico.
Cálculo de instalação elétrica
O bom dimensionamento das instalações elétricas e hidráulicas pode interferir diretamente na eficiência e segurança das instalações. Geralmente, é um trabalho feito pelo engenheiro, mas a avaliação do arquiteto do projeto também pode ser requisitada.
Quando as instalações são feitas corretamente, os profissionais podem evitar uma série de erros. Por exemplo, não é raro encontrar banheiros sem tomadas elétricas, cômodos com tomadas insuficientes e interruptores em locais de difícil acesso. São erros com origem na instalação elétrica realizada pela equipe de construção civil.
No caso da instalação hidráulica, cabe aos profissionais garantir o fornecimento de água de forma contínua, de acordo com a pressão e a velocidade adequadas para o sistema de tubulações.
Elaboração das plantas e distribuição dos espaços
As plantas de um projeto arquitetônico também podem contar com o olhar técnico de um engenheiro civil para serem, de fato, bem-sucedidas no momento da execução.
Elas costumam ter várias etapas, como o momento de conversar com os clientes e criar um plano de necessidades para a realização da obra, além da visita ao terreno e a coleta de dados.
Alguns exemplos são a planta de situação (que pode mapear o terreno de uma casa na quadra da cidade), a planta de implantação (identifica o volume do imóvel no terreno), a planta baixa da edificação, fachadas e elevações.
Nesse momento, são determinadas características importantes de uma estrutura que será construída, como a decoração, a posição dos principais móveis e a integração de cômodos.
De modo geral, o desenho das plantas deve oferecer respostas a algumas questões que poderão ser levantadas por outros profissionais que estão envolvidos com a obra. Quando os desenhos são analisados por especialistas em mais de uma área, é possível ter um maior aprimoramento das ideias na hora de executar.
Por isso, é um elo proveitoso quando arquitetos e engenheiros trabalham de forma conjunta.
Como escolher entre os cursos de Arquitetura e Engenharia?
Escolher entre as duas opções de curso superior não é uma tarefa fácil, mas a análise das principais características deve ser feita antes de uma decisão final. Lembre-se de que a profissão escolhida será sua companheira por muito tempo.
Quer uma ajuda para tomar essa decisão? Confira, a seguir, algumas dicas importantes para escolher entre Arquitetura e Engenharia.
Reconheça suas afinidades
Quanto maior for a sua afinidade com as atividades desenvolvidas, mais prazeroso será o seu cotidiano como estudante na graduação. Em outras palavras, escolha a área que mais tem a ver com sua vocação profissional.
A Arquitetura envolve aspectos estéticos dos espaços. Sendo assim, é uma profissão que exige habilidades como a criatividade, a fim de desenvolver obras que sejam elegantes e funcionais ao mesmo tempo. Além disso, é preciso pensar em causar o mínimo de impacto possível ao meio ambiente, o que exige conhecimento de fatores históricos, sociais e econômicos envolvidos.
Já a Engenharia Civil foca nas Ciências Exatas, capacitando o aluno para realizar cálculos, lidar com Física, Química e disciplinas relacionadas. Portanto, a afinidade e facilidade com essas matérias é imprescindível para ter sucesso nessa carreira, além da disposição para lidar diretamente com as obras.
Questione-se sobre a área em que você se vê trabalhando no futuro
É preciso considerar todos os aspectos antes de fazer a sua escolha. Então, defina qual é a atividade pela qual você tem mais interesse, pense se você se identifica mais com a parte visual e estética ou prefere uma atuação mais direta e responsável pela execução dos projetos.
Do mesmo modo, não deixe de manter-se atualizado sobre as carreiras possíveis em ambas as áreas, as funções desempenhadas e o dia a dia profissional. Se possível, converse sobre experiências com graduados atuantes e certifique-se de que as atividades são compatíveis com as suas aspirações e objetivos de longo prazo.
Avalie o mercado
A adaptação às demandas emergentes no mercado é um fator importante para o sucesso pós-formação. Considerar como as profissões estão evoluindo em resposta às mudanças sociais, econômicas e tecnológicas permitirá que você antecipe oportunidades e desafios que encontrará ao ingressar no mercado de trabalho.
Arquitetos podem se beneficiar de avanços em design assistido por computador, enquanto engenheiros precisarão incorporar tecnologias emergentes em suas práticas, por exemplo.
Qual a importância da instituição de ensino para a formação?
Independentemente da escolha que você venha a fazer em relação ao seu futuro, não deixe de optar por uma instituição de ensino de qualidade e com credibilidade no mercado. É por meio dela, afinal, que você poderá adquirir o conhecimento teórico e prático necessário para uma atuação de excelência.
A infraestrutura, a metodologia de ensino e a qualificação docente oferecidas pela faculdade serão determinantes para que você explore ao máximo as carreiras possíveis dentro da Arquitetura ou da Engenharia Civil.
Um corpo docente qualificado agrega valor às aulas
As faculdades que contratam um corpo docente com boa formação e experiência prática preparam os alunos para o mercado de trabalho atual. Sempre que os professores compartilham insights sobre os desafios da área de atuação, os alunos têm muito a ganhar.
Por exemplo, um professor no curso de Arquitetura que tenha experiência prática pode compartilhar histórias reais de projetos e oferecer uma perspectiva valiosa sobre desafios com os quais os estudantes, no futuro, terão de lidar no mercado de trabalho.
Professores qualificados muitas vezes também incentivam a pesquisa e o envolvimento dos alunos em projetos práticos. Na Engenharia Civil, um professor com experiência em gerenciamento de obras pode orientar os estudantes em projetos que simulem situações do mundo real, preparando-os para os desafios futuros.
No entanto, se você quer avaliar a qualificação do corpo docente antes de fazer a matrícula na faculdade, deverá buscar informações sobre os professores no site da faculdade ou em sites de currículos online. Com uma breve busca, poderá encontrar dados sobre experiências profissionais, projetos anteriores e atividades de pesquisa.
Também é útil conversar com alunos mais avançados ou ex-alunos para obter depoimentos sobre a abordagem dos professores e a influência deles na formação acadêmica.
Uma boa infraestrutura contribui para a qualidade da sua formação
Laboratórios bem equipados, bibliotecas, equipamentos de mídia e espaços de estudo confortáveis facilitam o aprendizado prático e a pesquisa. Por isso, uma dica na hora de procurar a faculdade é conhecer a infraestrutura fornecida aos estudantes.
Uma biblioteca com materiais relevantes, tanto físicos quanto digitais, oferece recursos essenciais para pesquisas e trabalhos acadêmicos. A disponibilidade de softwares de design ou programas de simulação para a construção civil também é um indicativo da atenção da instituição com a inovação e a preparação prática dos alunos.
Os estudantes podem avaliar a infraestrutura antes de se matricularem buscando as características da faculdade no site oficial da instituição, visitando o campus e, se possível, conversando com alunos já matriculados.
Uma boa seleção de metodologias de ensino ajuda a medir seu conhecimento
Faculdades que incorporam aulas expositivas, estudos de caso, projetos práticos e discussões em grupo criam uma boa experiência de aprendizado para os estudantes.
Em cursos de Engenharia Civil, por exemplo, a combinação de aulas teóricas com projetos práticos de construção permite que os alunos apliquem conceitos aprendidos em situações do mundo real.
Você pode fazer pesquisas online e buscar opiniões de ex-alunos que compartilham suas experiências. Participar de eventos abertos ao público organizados pela faculdade, como aulas experimentais ou palestras, é outra maneira de ter um gostinho das estratégias de ensino adotadas pela faculdade.
Um bom indicativo é a flexibilidade oferecida aos alunos para escolher disciplinas eletivas ou participar de projetos de pesquisa. Instituições que incentivam a experimentação e a aplicação prática do conhecimento geralmente apresentam uma variedade de metodologias de ensino.
Neste artigo, vimos atividades e responsabilidades assumidas pelo arquiteto e pelo engenheiro civil. Também observamos que, ao escolher um curso, é essencial conhecer seus próprios interesses, habilidades e objetivos. Fazendo essa autoavaliação, você conseguirá identificar o melhor caminho a ser seguido e planejar melhor seu futuro profissional.
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