A psicologia comunitária é uma área da psicologia que tem como objetivo contribuir de forma positiva para o desenvolvimento das capacidades psicossociais presentes nas comunidades, buscando promover a transformação social e o desenvolvimento humano.
O profissional que atua nessa área tem como desafio compreender as particularidades de cada contexto comunitário e utilizar estratégias e técnicas adotadas para promover mudanças na qualidade de vida das pessoas.
Neste artigo, discutiremos a atuação do profissional de psicologia comunitária e as formas de especialização nessa área. Acompanhe!
O que é psicologia comunitária e como essa área de conhecimento atua?
A psicologia comunitária é uma área da psicologia que tem como objetivo compreender e intervir nas atividades e processos psicossociais presentes nas comunidades, promovendo o desenvolvimento humano e social, além do pensamento crítico com relação ao coletivo.
Essa abordagem parte do pressuposto de que os problemas individuais não podem ser compreendidos e solucionados de forma compreensiva, pois são influenciados pelas relações sociais e pelos contextos culturais e psicológicos em que as pessoas estão inseridas.
Qual é a história da psicologia comunitária?
A história da psicologia comunitária remonta às décadas de 1950 e 1960, quando surgiu a necessidade de abordagens mais amplas e coletivas para compreender e intervir nos problemas psicossociais da população. Nesse período, a psicologia social estava em ascensão e se preocupava com a análise dos fenômenos grupais e das relações sociais.
No entanto, alguns pesquisadores estudaram a necessidade de ampliar o foco de análise para as relações entre os indivíduos e os contextos sociais e psicológicos em que estavam inseridos. Surgiu, então, uma abordagem mais crítica e engajada, que buscava transformar as condições sociais e políticas que geravam os problemas psicossociais.
O marco inicial da psicologia comunitária foi a publicação do livro "The Psychology of Social Norms" (1966), organizado por Seymour Sarason e James L. Pierce, que trouxe uma reflexão sobre a necessidade de uma psicologia vivida para uma transformação social. A partir desse momento, experimentaram diversas iniciativas e programas de intervenção em diversos países, como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e América Latina.
Na América Latina, a psicologia comunitária se desenvolveu principalmente a partir das décadas de 1970 e 1980, em um contexto de luta contra as ditaduras militares e de busca por modelos de desenvolvimento mais justos e inclusivos. Essa abordagem se tornou uma ferramenta de resistência e empoderamento das populações marginalizadas e teve grande importância na consolidação das democracias na região.
Atualmente, a psicologia comunitária é uma área de atuação reconhecida e em expansão, que se preocupa em compreender e intervir nas atividades psicossociais presentes nas comunidades, buscando promover a transformação social e o desenvolvimento humano.
Quais as atividades desenvolvidas na psicologia comunitária?
A atuação da psicologia comunitária pode ocorrer em diversos contextos, como em bairros, escolas, empresas, instituições religiosas e organizações não governamentais. A prática dessa área envolve a escuta e o diálogo com os membros da comunidade, a identificação das necessidades e demandas locais, a captação de recursos e as ações coletivas para a transformação das condições de vida das pessoas.
Os profissionais de psicologia comunitária trabalham em parceria com outros profissionais e lideranças locais, promovendo ações que visam à promoção da saúde mental, à prevenção de violência e conflitos, à promoção da participação social e à construção de redes de apoio e solidariedade. Além disso, a psicologia comunitária também tem como objetivo empoderar os indivíduos e grupos sociais, para que possam ser protagonistas na transformação de suas realidades.
Como é o mercado de psicologia comunitária?
O mercado de trabalho para psicólogos comunitários no Brasil ainda é relativamente novo e está em expansão. A atuação desses profissionais é mais comum em organizações governamentais e não governamentais, instituições de ensino e pesquisa e serviços públicos de saúde.
Algumas das áreas mais demandadas para a atuação em psicologia comunitária no Brasil incluem:
- intervenção em situações de risco social e violência: profissionais que atuam com prevenção e tratamento de violências e situações de risco social, como em comunidades com altos índices de violência e/ou vulnerabilidade;
- promoção da saúde mental: profissionais que atuam na promoção da saúde mental em diversos espaços comunitários, como escolas, postos de saúde, organizações religiosas e grupos de apoio;
- desenvolvimento comunitário: profissionais que seguem no desenvolvimento e fortalecimento de comunidades, por meio da mobilização e organização social;
- participação cidadã e políticas públicas: profissionais que participaram na formulação e implementação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento social e a promoção da cidadania.
Embora o mercado de trabalho ainda esteja em desenvolvimento, a demanda por profissionais de psicologia comunitária tem aumentado nos últimos anos, principalmente em regiões metropolitanas e grandes centros urbanos. Além disso, a expansão das políticas públicas em áreas como saúde, assistência social e educação tem colaborado com a introdução das oportunidades de atuação para os psicólogos comunitários.
Como se especializar na área?
Para se especializar na área de psicologia comunitária, é necessário ter formação em psicologia em uma universidade reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). Após a graduação, é possível realizar cursos de pós-graduação lato sensu, como especialização e MBA, ou stricto sensu, como mestrado e doutorado.
Algumas instituições de ensino oferecem cursos de especialização em psicologia comunitária, que têm como objetivo aprofundar o conhecimento teórico e prático sobre essa área de atuação. Esses cursos podem abordar temas como políticas públicas, participação cidadã, saúde mental, desenvolvimento comunitário, entre outros.
Além disso, é importante participar de grupos de estudo de extensão universitária, eventos e atividades relacionadas à psicologia comunitária, como congressos, seminários e fóruns de discussão. Isso ajuda a se manter atualizado às tendências e novidades da área, além de ampliar a rede de contatos e as oportunidades de atuação.
Outra forma de se especializar é por meio de voluntariado em projetos e instituições que estudam a área da psicologia comunitária. Isso permite vivenciar na prática as demandas e os desafios da atuação em comunidades, além de contribuir para o desenvolvimento de habilidades e competências específicas.
Por fim, é importante destacar que a psicologia comunitária é uma área multidisciplinar, que dialoga com outras áreas do conhecimento, como sociologia, antropologia, serviço social, entre outras. Por isso, buscar a integração e a troca de conhecimentos com profissionais de outras áreas também é importante para a especialização em psicologia comunitária, cujo curso deve estar organizado e ministrado por instituições de credibilidade, como a UniAcademia.
Como vimos ao longo desta leitura, a psicologia comunitária tem conquistado espaço de atuação em diversas esferas da nossa sociedade devido à sua importância junto ao social coletivo, sendo uma opção de especialização para quem tem afinidade com a área da psicologia.
Se você gostou deste artigo sobre psicologia comunitária, conheça os cursos de especialização do UniAcademia!